Olá, pessoa linda! Como vai?

Eu já estava com saudades da série “Personalidades Importantes da Música Árabe“, e matá-la-ei da forma mais romântica possível: falando sobre o egípcio Abdel Halim Hafez.

Abdel Halim é um dos quatro grandes gigantes da música árabe do século XX, junto aos egípcios Om Kalthoum e Mohamed Abdel Wahab e ao sírio Farid el Atrash. Assim como Om Kalthoum, foi filho de um líder religioso islâmico e portanto teve contato desde a infância com a musicalidade e com o estudo dos maqamat.

Durante sua curta vida, atuou em quinze filmes e gravou dezenas de músicas. Faleceu aos 47 anos de esquistossomose, tendo seu funeral contado com a presença de um milhão de pessoas (menos pessoas apenas que os funerais de Om Kalthoum e do presidente Gamal Abdel Nasser, respectivamente) e motivado ao menos quatro suicídios no Cairo.

Abaixo, um trecho do seu último filme, produzido por ele e até hoje um dos maiores longas do Oriente Médio, “Abi Foq El Shagara“, em que atua com a estrela egípcia Nadia Lotfy cantando seu clássico “Gana el Hawa” em diversos cenários libaneses. Eles iniciam o clipe no sítio arqueológico de Baalbek (onde ocorre o famoso festival descrito neste post, daí a referência ao dabke), em seguida vão a Harissa de teleférico e por fim passeiam pela Rawshe, uma famosa formação rochosa na costa mediterrânea.

Abdel Halim trabalhou em parceria com Abdel Wahab em diversas ocasiões, e ambos são pioneiros na introdução de instrumentos e ritmos ocidentais em suas canções, mesmo as de estrutura árabe tradicional. Abdel Halim, particularmente, utilizou-se bastante de sintetizadores em várias de suas músicas. Os dois parceiros fundaram, junto ao advogado Magdi al Amrusi, a gravadora Soutelphan, chamada hoje de EMI Arabia.

Assim como Om Kalthoum, Halim interpretou diversas canções compostas por Baligh Hamdi (estudado neste artigo) e escritas por Mamoun Shanawi (autor das letras de “Ba3ed Annak” e “We Daret el Ayam“). Para exemplidicar a tripla-parceria, segue abaixo o clássico “Khoussara Khoussara“, de 1957.

Abdel Halim nunca foi casado, mas apaixonou-se em sua juventude por uma moça que veio a falecer logo após a aprovação de seus pais para o casamento entre os dois. Uma de suas músicas mais tristes, “Qariat al Finjen“, com letra do grande poeta sírio Nizar Qabbani, foi dedicada a ela. A letra conta a história de uma vidente que lia borra de café (prática esotérica comum entre os árabes) e prevê apenas desgraças amorosas e tristeza ao jovem que a consulta.

Abaixo, um trecho desta música, que também é um excelente exemplo do uso dos sintetizadores em sua obra.

Espero que tenham morrido de amor como eu! Se gostaram, não deixem de comentar e compartilhar nas redes!

Super beijo e até o próximo artigo!
Rebeca.

Fontes: Wikipedia, Site 7alim, IMDB, Lexic Orient e vivências pessoais.

Personalidades Importantes da Música Árabe- Parte IV: Abdel Halim Hafez by Rebeca Bayeh is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.